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Quem sou eu MODERADORA DO BLOG :DENISE KUSSLER

concordia, sc, Brazil
Este blog foi criado no curso professores em rede para partilhar diferentes metodologias do uso das tecnologias no processo de construção do conhecimento.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

APENAS UMA REFLEXÃO.

 
No processo educacional, o que se pretende alcançar é que o indivíduo seja capaz de obter conhecimentos, construí-los através de uma atitude reflexiva e questionadora sobre os mesmos. Junto a essas questões relacionadas ao conhecimento, o processo educacional trabalha a dimensão dos sentimentos, da afetividade e da criatividade. O indivíduo não só aprende com a educação, como também se posiciona frente aos fatos e à realidade que existe dentro e fora dele. Essa atitude e esse pensamento críticos constituem o que se pode denominar de uma atitude filosófica em relação a sua própria identidade e às situações que o circundam.
Estou ciente da complexidade da questão, mas estou comprometida como educadora em trabalhar naquela formação em termos da aquisição e desenvolvimento de saberes e competências, atitudes e valores, razões e emoções, necessários ao indivíduo. Quero ajudar na formação do cidadão para que este viva o seu tempo, compreenda as causas da exclusão social e lute para que ela diminua ou acabe, pelo menos pela via da educação e da Escola. De um lado, tenho a tecnologia - dentro e fora da educação -, e, de outro, tenho uma proposta formal da educação que deve estar comprometida com o indivíduo enquanto um ser histórico, concreto e real. Esta educação se baseia num processo que abrange a observação perante o fato, a compreensão, a interpretação e a ação diante dos fatos em si. Para isso preciso lembrar que esta educação deve ser inserida - em primeiro lugar - numa visão de mundo específica, com os valores e práticas de uma civilização ou cultura determinada. Nesse contexto - por certo - tenho que refletir/analisar as questões do mundo atual, tais como a globalização, a pós-modernidade, o progresso científico - tecnológico, entre outras. Em segundo lugar, devo buscar as questões relacionadas - em termos de educação - à finalidade e aos princípios que regem esta educação, isto é, o que se espera que a educação promova no indivíduo tanto em termos de desenvolvimento pessoal, quanto em termos do desenvolvimento social, quando ele poderá questionar e posicionar-se, por exemplo, quanto à hegemonia das nações que detêm o poder do conhecimento científico-tecnológico e, por fim, preciso estabelecer que projeto de educação vou desenvolver para a consecução dos objetivos propostos.
Os valores humanos estão, hoje mais do que nunca, sendo proclamados, necessários e desdobrados num sentido ético, de modo a levar este homem, que vivencia e processa a tecnologia de seu tempo, a ter uma visão maior desse contexto. De um lado, a revolução tecnológica; de outro, a educação - questões estreitamente relacionadas ao modelo de sociedade do qual são parte. Esta complexidade nas relações da tecnologia com a educação transcende o conhecimento em si dos fatos específicos para ampliar-se no próprio contexto da humanidade.
Nesse sentido, poderia assim indagar como uma instigação pedagógica: para que serve, então, uma educação tecnológica? Arrisco uma resposta: para formar um indivíduo, na sua qualidade de pessoa humana, mais crítico e consciente para fazer a história do seu tempo com possibilidade de construir novas tecnologias, fazer uso da crítica e da reflexão sobre a sua utilização de forma mais precisa e humana, e ter as condições de, convivendo com o outro, participando da sociedade em que vive, transformar essa sociedade em termos mais justos e humanos. Há momentos de conhecimento da tecnologia, de sua relação com a ciência, da compreensão do binômio tecnologia e progresso e suas repercussões nas relações sociais.
     Os estudos mais recentes das tendências contemporâneas da educação brasileira têm nos indicado a Pedagogia histórico-crítica como um dos modelos que melhor correspondem às nossas necessidades e interesses e que, também, possibilitam a formação mais crítica e adequada de nossos educandos. Um dos pontos, entretanto, que fica em aberto é a integração dos aspectos cognitivos com os afetivos e emocionais. A teoria e o discurso contemplam a parte crítico-social; na prática, porém, existe o desafio em integrar todos os "saberes" do aluno, numa visão de interdisciplinaridade, de totalidade. Prevalecem, desta forma, apenas os aspectos cognitivos.
     A educação continua procurando sua identidade no bojo da sociedade, sem entretanto perder de vista o seu papel de geradora de idéias, criadora de valores, investigadora de conhecimentos e realizadora de ideais. Cabe à educação, por sua vez, o papel de respeitar a cultura de seu povo, de sua gente e de sua história, trabalhando com os dois lados desta história: o conhecido e o novo
  Os educadores comprometidos com a competência técnica e seu próprio compromisso político buscam um novo referencial para educação em termos da formação da subjetividade que possibilite uma formação mais próxima ao real e concreto sem perder de vista a singularidade do sujeito. Nesse sentido algumas perguntas são inevitáveis: como se trabalha, então, com a categoria totalidade na educação? como trabalhar o saber constituído e o saber constituinte que se revelam no momento e no tempo da descoberta, da invenção da interrogação, da problematização? como se desenvolve a questão da ética na educação, a partir do modelo de sociedade que temos, em que a ética é extremamente questionada? como unir o conhecimento com o imaginário, com as diferentes representações que estão inseridas na formação do indivíduo? o que representa uma educação omnilateral?
Estas respostas vão trazer à tona não só as ações e atividades que ocorrem no meio onde se instala a educação, como vão ampliar os caminhos para a compreensão dos conflitos e contradições desta sociedade. Nada está pronto e acabado; a educação vai trabalhando e interferindo no presente e construindo e mobilizando o futuro.
          
O mais significativo é o papel da educação em preparar os cidadãos de forma técni-ca e politicamente competente para enfrentar essas mudanças que já estão ocorrendo. A educação tem hoje uma dimensão formal muito grande e, por outro lado, ela direciona a maneira de nos relacionarmos com o mundo. A Escola onde a Educação ocorre formalmente precisa rever sua visão dinâmica de organização para atender ao novo contexto da modernidade. Esta modernidade que nos acena para o futuro pode nos levar a um certo medo ante as transformações que se pretende alcançar. São medos, entretanto, plausíveis, e, como diz Paulo Freire,
"(...) o reconhecimento do medo que limita sua ação permite que você chegue a uma posição muito crítica, na qual você começa a atuar conforme as relações dialéticas entretáticas e estratégias" (1987:71-2).
Retirado de texto de  Mírian Paura Sabrosa Zippin Grinspun 
                                                          POSTADO   :DENISE

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